1.

Minhas mãos estão frias
Meus pés, gelados
A pele entre meu nariz e minha boca arde por estar ressecada do vento já quase invernal

Minha garganta está fechada
Meu coração, apertado
Minha boca está seca
Meus olhos, úmidos

Sinto lágrimas mornas e silenciosas escorrerem pelo meu rosto inerte
Busco aconchego no contato entre meu cachecol e a pele do meu pescoço *
Nesse ônibus cheio me sinto muito sozinha
Nunca senti tanto sua falta




*ando a procurar aconchego em várias pequenas coisas, já que nas grandes, nas em que se comumente o encontra, pra mim ele não está mais

  Tô me tornando quem eu quero ser. Deixando de pensar tanto no que todo mundo vai achar.
  Me amando mais, me cuidando mais. Deixando o que não me acrescenta de lado, ou pra trás mesmo.
  Tenho enxergado mais minha própria energia, a que só eu e ninguém mais têm. E eu gosto dela. E do caminho que vejo pela frente. E ir pra frente inclui desistir.
  Desistir de ser como seus pais, a sociedade, a mídia, seus amigos e namoradx querem que você seja e ser aquela pessoa linda e incrível que você se vê sendo no futuro.
  Desistir de sentir medo todo o tempo e fazer algo a respeito, se levantar, não aceitar mais que te façam sentir menor.
  É uma sensação confusa e libertadora. E cheia de amor.
  Um começar a pensar com a própria cabeça, coisa que achava fazer a tempos (mera ilusão), que te faz ver tudo de um jeito novo.
  E eu? Eu to adorando toda essa bagunça.

AMOR

'O amor é uma espécie de preconceito. a gente ama o que precisa, ama o que faz sentir bem, ama o que é conveniente. como pode dizer que ama uma pessoa quando há dez mil outras no mundo que você amaria mais se conhecesse? mas a gente nunca conhece.'

Bukowski

Destino

Então provavelmente eu estou enganada. Sobre Tudo que me cerca.
Tenho uma percepção limitada, por minhas experiências e emoções. Estou fadada ao erro.
Mas eu sou à medida de todas as coisas, e meu conhecimento, admito, é mutável, volátil, temporário.